3 de maio de 2011

VOCÊ AINDA ESPERA UM PRÍNCIPE?

“Tenho visto servos andando a cavalo, e príncipes andando a pé, como servos.” Ec. 10.7

Tenho visto cansativamente (quase irritantemente) a cobertura do casamento entre o príncipe Willian e a plebéia Kate. Não posso desmerecer a importância do casamento do príncipe para um país que mantém a tradição da monarquia,ainda que discutida, e que o possível próximo rei é o noivo em questão. Não questiono também a cobertura exacerbada da imprensa sob o caso, a falta de matérias pode justificar isso.
O que quero comentar nesse artigo, são duas expressões largamente usadas nesses dias: casamento real e casamento nobre. Realeza e nobreza me pareceram dois institutos utilizados de maneira muito diferente do que se deveria. A reflexão que passo a fazer é a seguinte: na prática, o que seria de fato, um casamento “nobre” e um casamento “real”.
Enquanto as garotas ingênuas assistem televisão sonhando com um príncipe (nem precisa ser encantado), e os garotos admiram a beleza de Kate (viram como a irmã dela também é linda?rs), milhões de casais pelo mundo sonham em ter um casamento “real”, e buscam dar aos seus matrimônios um mínimo de nobreza.
A verdade é que quanto maior a pompa, menor é a verdade nesses casamentos. Faz-se um teatro para entreter a nação (nesse caso, o mundo), e pouco tempo depois os jornais e revistas de fofocas têm matérias de sobra sobre escândalos e separações. Nada de nobre. Nada de real.
Nobre é a cumplicidade, o respeito, o afeto. Nada mais nobre do que fazer o outro feliz, com muito ou pouco dinheiro. A nobreza está no caráter, e não na ascendência política de sangue azul que alguém possa ter. Nobre é poder se orgulhar da pessoa que está do seu lado e ser motivo de orgulho para ela. Nobre é cumprir os votos feitos de devoção mútua, ainda que em situações desfavoráveis. Nobre é o amor.
E realeza? Real deve ser os olhares, as palavras, que, mesmo duras, vem acompanhadas da intenção de melhorar um ao outro. Realeza é dar tratamento de príncipe aos filhos, não lhes dando o “reino” nas mãos, mas fazendo-lhes ter o sentimento de que são especiais e importantes. Casamento real tem discussão, tem incompatibilidades, mas tem, sobretudo, a arte e o desejo do entendimento e da composição. Realeza é não fazer da ira instrumento de agressão; é valorizar a pessoa mais do que o próprio casamento.
Pensando nisso, fica fácil entender que os plebeus costumam ser mais nobres e mais reais do que as estrelas que ocupam nossa TV e as páginas dos nossos jornais. E quer saber de uma coisa? Nobreza e realeza estão dentro de cada um de nós, da postura que você toma diante do que é o “seu reino”!