28 de outubro de 2010

QUEM DEU CRÉDITO A NOSSA PREGAÇÃO?

É um tempo oportuno para refletirmos na relevância da pregação. Não se trata de avaliar hermenêutica e homileticamente os discursos, muito menos questionar os padrões de preparo dos pregadores, e muito mais distante, filosofar sobre aspectos da filosofia denominacional que gera estilos variados de pregações.
A reflexão que propomos está ligada ao espírito da pregação cristã e à substância bíblica que ela deve respeitar, considerando que todos os cristãos admitem a autoridade normativa única e suprema das escrituras sagradas.
A pregação deve se apresentar como uma resposta de Deus para questões do povo em épocas, lugares e circunstancias diferentes. Devemos considerar ainda a outorga do sacerdócio a todos os santos, para, a partir destas duas observações pensar em alguns pontos relacionados à pregação.
O primeiro ponto é que a pregação não é mais monopólio do púlpito, ou seja, cada servo do Senhor ao receber Dele uma revelação ou compreensão da palavra se torna responsável por encaminhá-la aos seus semelhantes seja pelo discurso oral ou por atitudes e obras que representem a mensagem recebida.
Devemos pensar ainda na autoridade bíblica de todas as ministrações que recebemos. Não podemos aceitar que experiências pessoais ou fatos aparentemente miraculosos ou ainda argumentações altamente ponderáveis consigam suprimir a força inspiradora da palavra de Deus. Se ela não tiver o primeiro lugar, nenhum outro lhe será útil.
Outro pensamento que não deve nos faltar é o de que a pregação é uma manifestação gratuita do amor e do interesse de Deus para com seus filhos. O perigo se avoluma quando a pregação se torna uma profissão. Constrói-se uma cenário para exploração da fé alheia, para manipulação das massas simples e uma outra série de injustiças feitas em nome de Deus. Vozes que expressam seus mais sórdidos interesses com o prelúdio “assim diz o Senhor”.
Esse é um tempo em que as fragilidades humanas estão muito expostas e, por outro lado, as soluções estão enlatadas nas prédicas falaciosas daqueles que vêm em pele de ovelha, mas são de espécies bem diferentes.
Em Jeremias 3.15, Deus promete ao seu povo que os “pregadores” dados por ele, teriam duas características que, na minha modesta avaliação, estão escassas aos pregadores gratuitos da atualidade: ciência e inteligência. Sem conhecimento e sem discernimento não há pregação que tenha efeito resistente.
Mas porque o profeta reclama que ninguém acreditou no que se pregava? Porque a pregação que Jesus trazia era revolucionária, subversiva aos padrões do sistema vigente, denunciante das mazelas das pessoas, a pregação era amorosa, ao invés de manipuladora, era libertadora mas sem ser conivente com o natureza má das pessoas.
Esses são alguns dos ingredientes que, estranhamente, causam repulsa nas pessoas até os dias de hoje.
Mas o objetivo destas palavras não é reclamar ou simplesmente levantar insatisfações pessoais, o que pretendo é motivar aos que amam a genuína pregação e sentem prazer em fazer de suas vidas um canal por onde Deus possa se revelar ao mundo; não do jeito do mundo, mas na forma de Deus.
Escrevo para dizer que ainda que a pregação verdadeira não tenha tanto crédito, vale a pena viver por um propósito e que morrer só vale a pena se for por uma missão.
Que o grande rei te abençoe!

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